"A história de um povo contada por meio de sua arquitetura, paisagens e costumes". Assim pode ser definida a Rota Caminhos de Pedra, em Bento Gonçalves.
Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul, o roteiro – com 12 km de extensão – resgata, preserva e dinamiza a cultura que os imigrantes italianos trouxeram à Serra Gaúcha a partir de 1875. Suas centenárias casas de pedra incluem moinhos, cantinas coloniais, casa de massas, teares, casa de doces e muito mais, colocando lado a lado a história e as experiências de vida dos imigrantes e seus descendentes.
Considerado pioneiro em seu segmento, o roteiro Caminhos de Pedra é hoje referência nacional e internacional, tendo sido tema de muitos estudos e teses relacionadas ao turismo cultural e rural, arquitetura, patrimônio histórico, empreendedorismo e administração.
Entretanto, os milhares de visitantes que atualmente circulam pelos 20 empreendimentos da rota não imaginam que, até pouco tempo atrás, os descendentes dos imigrantes faziam questão de esconder a beleza dessas históricas moradias, pois as pedras utilizadas originalmente demonstravam que a família era pobre, e não podia construir uma casa melhor.
Mas graças a uma iniciativa dos idealizadores do projeto, Tarcísio Vasco Michelon e Júlio Posenato, a atividade turística acabou transformando todo esse acervo – parcialmente abandonado e esquecido – em um dos mais tradicionais destinos de turismo rural e cultural do país, elevando a auto-estima dos moradores dessa próspera região da Serra Gaúcha.
"Aquilo que nos envergonhava é hoje o nosso maior orgulho", revela Vilso Strapazzon, um dos primeiros moradores a aderir à recepção turística na comunidade.
O roteiro passou a ser concebido em 1987, quando foi executado um levantamento do acervo arquitetônico em todo o interior do município – que incluiu sete comunidades: São Pedro, São Miguel, Barracão, São José da Busa, Cruzeiro, Santo Antonio e Santo Antoninho. Foram encontradas aproximadamente 70 edificações históricas, que conservavam sua cultura e tinham acesso fácil, o que significava um grande potencial turístico.
Com efeito, esse precioso acervo material, semi-destruído pelo descaso e pela ação do tempo, exigia uma ação rápida. Então, com recursos do Hotel Dall’Onder, as primeiras quatro casas foram restauradas e outras tiveram obras emergenciais.
O primeiro grupo de turistas, proveniente de São Paulo, foi recebido em 30 de maio de 1992. Depois disso, o sucesso do novo roteiro animou tanto os idealizadores quanto a comunidade. Em 10 de julho de 1997, com a assessoria do Sebrae, foi fundada a Associação Caminhos de Pedra, congregando empreendedores e simpatizantes.
Montou-se, então, um projeto abrangente que contemplava o resgate de todo o patrimônio cultural, não só o arquitetônico, mas também a língua, o folclore, a arte, as habilidades manuais etc. Atualmente, a Associação Caminhos de Pedra conta com mais de uma centena de associados, e o projeto está recebendo uma visitação média anual de 60 mil turistas.
Para saber mais sobre essa história, visite o site www.caminhosdepedra.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário