terça-feira, 14 de agosto de 2012

20 anos da Rota Caminhos de Pedra

Há exatos 20 anos, o Roteiro Caminhos de Pedra, no município de Bento Gonçalves, recebia o seu primeiro grupo de turistas. De lá para cá, muita coisa mudou para as comunidades que compõem o Distrito de São Pedro, na Serra Gaúcha.

"A história de um povo contada por meio de sua arquitetura, paisagens e costumes". Assim pode ser definida a Rota Caminhos de Pedra, em Bento Gonçalves.

Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul, o roteiro – com 12 km de extensão – resgata, preserva e dinamiza a cultura que os imigrantes italianos trouxeram à Serra Gaúcha a partir de 1875. Suas centenárias casas de pedra incluem moinhos, cantinas coloniais, casa de massas, teares, casa de doces e muito mais, colocando lado a lado a história e as experiências de vida dos imigrantes e seus descendentes.

Considerado pioneiro em seu segmento, o roteiro Caminhos de Pedra é hoje referência nacional e internacional, tendo sido tema de muitos estudos e teses relacionadas ao turismo cultural e rural, arquitetura, patrimônio histórico, empreendedorismo e administração.

Entretanto, os milhares de visitantes que atualmente circulam pelos 20 empreendimentos da rota não imaginam que, até pouco tempo atrás, os descendentes dos imigrantes faziam questão de esconder a beleza dessas históricas moradias, pois as pedras utilizadas originalmente demonstravam que a família era pobre, e não podia construir uma casa melhor.

Mas graças a uma iniciativa dos idealizadores do projeto, Tarcísio Vasco Michelon e Júlio Posenato, a atividade turística acabou transformando todo esse acervo – parcialmente abandonado e esquecido – em um dos mais tradicionais destinos de turismo rural e cultural do país, elevando a auto-estima dos moradores dessa próspera região da Serra Gaúcha.

"Aquilo que nos envergonhava é hoje o nosso maior orgulho", revela Vilso Strapazzon, um dos primeiros moradores a aderir à recepção turística na comunidade.


O roteiro passou  a ser concebido em 1987, quando foi executado um levantamento do acervo arquitetônico em todo o interior do município – que incluiu sete comunidades: São Pedro, São Miguel, Barracão, São José da Busa, Cruzeiro, Santo Antonio e Santo Antoninho. Foram encontradas aproximadamente 70 edificações históricas, que conservavam sua cultura e tinham acesso fácil, o que significava um grande potencial turístico.

Com efeito, esse precioso acervo material, semi-destruído pelo descaso e pela ação do tempo, exigia uma ação rápida. Então, com recursos do Hotel Dall’Onder, as primeiras quatro casas foram restauradas e outras tiveram obras emergenciais.

O primeiro grupo de turistas, proveniente de São Paulo, foi recebido em 30 de maio de 1992. Depois disso, o sucesso do novo roteiro animou tanto os idealizadores quanto a comunidade. Em 10 de julho de 1997, com a assessoria do Sebrae, foi fundada a Associação Caminhos de Pedra, congregando empreendedores e simpatizantes.


Montou-se, então, um projeto abrangente que contemplava o resgate de todo o patrimônio cultural, não só o arquitetônico, mas também a língua, o folclore, a arte, as habilidades manuais etc. Atualmente, a Associação Caminhos de Pedra conta com mais de uma centena de associados, e o projeto está recebendo uma visitação média anual de 60 mil turistas.


Para a comemoração desses 20 anos de sucesso, foi preparada uma extensa programação, com destaque para o I Simpósio Internacional de Escultores, que trará a Bento Gonçalves, no mês de outubro, os mais renomados artistas plásticos de 10 diferentes países. Em 15 dias de trabalho, eles transformarão um bloco de pedra basalto em uma obra de arte que depois permanecerá nos Caminhos de Pedra.

Para saber mais sobre essa história, visite o site www.caminhosdepedra.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário