sexta-feira, 27 de julho de 2012

Inovação & Cultura!


Quando falamos em competitividade no turismo, o investimento em atrativos históricos e culturais representa hoje uma das principais ações para qualquer destino. 

A cultura, como sabemos, engloba todas as formas de expressão do homem: o sentir, o agir, o pensar, o fazer, bem como as relações entre os seres humanos e a relação destes com o meio ambiente. Em síntese, podemos dizer que a cultura de uma localidade é a expressão dos valores e das crenças de seu povo – isto é, são os elementos expressivos que formam a sua identidade. Por isso, as identidades culturais são formuladas, normalmente, em contraste a outras identidades – e são justamente essas diferenças que encantam os turistas.

A definição de cultura, nesta perspectiva, permite afirmar que o Brasil possui um patrimônio histórico e cultural diversificado e plural – o que representa a oportunidade de estruturação de novos produtos, com o consequente aumento do fluxo de visitantes, convertendo, assim, o turismo em uma atividade capaz de promover e preservar a cultura nacional.

Dessa forma, para atrair mais visitantes aos destinos, os gestores precisam desenvolver essas diferenças, valorizando seus acervos simbólicos e patrimoniais.


Mas precisamos ir além da simples valorização. O comportamento do consumidor de turismo vem mudando e, com isso, surgem novas motivações de viagens e expectativas que precisam ser atendidas. Por isso, a palavra de ordem para o turismo contemporâneo é mesmo a inovação. Afinal, em um mundo globalizado, onde se diferenciar adquire importância a cada dia, os turistas exigem, cada vez mais, roteiros turísticos que se adaptem às suas necessidades, sua situação pessoal, seus desejos e preferências.


Portanto, é preciso inovar, seja em possibilidades de interação dos visitantes com os atrativos, seja no aproveitamento de espaços culturais históricos ou inusitados, ou simplesmente incrementando a experiência, com ações mais criativas e envolventes.



Segundo a pesquisadora Roberta Cajaseiras, "uma das ferramentas mais utilizadas em atrativos históricos para promover o interesse do público é a interpretação do patrimônio". Trata-se de acrescentar valor à experiência do visitante, promovendo representações criativas da cultura local, no intuito de estimular a curiosidade e provocar novas percepções por parte dos turistas. Para isso, normalmente são utilizados meios como a interpretação ao vivo, utilização de textos, placas, painéis ou meios animados de exibição.

Outra alternativa interessante, segundo a pesquisadora, seria trazer aos atrativos histórico-culturais novas referências e experiências, abrindo as portas para a ação de profissionais de outras áreas – como professores, artistas locais, psicólogos etc. – ou mesmo aplicando abordagens culturais em atrativos relacionados a outros segmentos turísticos, como o Turismo Rural.

Nesse sentido, um dos grandes exemplos brasileiros de inovação turística por meio do incremento histórico-cultural é a chamada Rota do Café, no Norte do Paraná.





ROTA DO CAFÉ – NORTE DO PARANÁ




A Rota do café é uma aventura que proporciona aos visitantes experiências envolventes de volta às origens, com o conhecimento da história e vivências profundas em atrativos culturais do norte do Paraná.

Lançada em Londrina, em 2009, após um intenso trabalho de diagnóstico das potencialidades da região, de sensibilização dos empreendedores e de qualificação dos serviços, a Rota do Café é resultado do Projeto Turismo Norte Paranaense, iniciado em 2007 pelo Sebrae/PR.

Com 35 atrativos espalhados por 18 cidades da região norte do Paraná, a base da Rota do Café paranaense é o Turismo Rural, mas a abordagem é completamente de cunho histórico-cultural, de modo que o turista pode sentir, experimentar e conhecer profundamente a cultura cafeeira, sempre na companhia de pessoas acolhedoras que habitam esta região.

Os roteiros são elaborados de acordo com o perfil e necessidade de cada cliente, com visitas às fazendas históricas, centros culturais, museus, restaurantes rurais e lugares pitorescos, com direito a encenações e degustação dos melhores cafés da região. A seguir, destacamos alguns dos atrativos:

Fazenda Palmeira – Em Santa Mariana, os turistas conhecem o jeito suíço de produzir café. A proprietária, que também é pedagoga, conta a história da propriedade no meio do cafezal, onde há uma aula prática sobre a colheita. Ao redor, mulheres da comunidade desenvolvem artesanato em fibra de bananeira. As peças são vendidas na própria propriedade.

Museu Padre Carlos Weiss – Ocupa o prédio da antiga Estação Ferroviária de Londrina, considerada antigamente como a "capital mundial do café". Pés de café verdadeiros fazem parte do acervo, que conta ainda com coleções variadas de objetos e materiais representativos que resgatam e preservam o  patrimônio cultural da região.

Musical Coração do Café – Elaborado a partir das raízes históricas e culturais do café na região, envolve professores, atores e alunos da Fundação Cultural de Ibiporã. A produção conta com 30 artistas, entre atores e dançarinos, e uma equipe técnica de 15 profissionais. O musical é exibido periodicamente no Teatro Padre José Zanelli, em Ibiporã.



Fontes: rotadocafe.tur.br  matraqueando.com.br  g1.globo.com

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